O desafio das cidades inteligentes no Brasil: inovação a serviço da qualidade de vida
Por Thiago Ely*
O que é cidade inteligente na prática? É qualidade de vida, que se traduz em segurança, desenvolvimento urbano, mobilidade, uso racional de recursos; estar perto de tudo, inclusive da natureza; incorporar tecnologia ao dia a dia; resgatar o valor da coletividade.
O conceito de cidade inteligente é um avanço significativo no planejamento urbano. Sustentabilidade e inovação se combinam para criar ambientes urbanos mais eficientes, inclusivos e resilientes – integrando tecnologia e dados para otimizar serviços e reduzir custos e consumo de recursos.
As smart cities aprimoram diversos aspectos: de vida em comunidade e trânsito a gestão de resíduos, iluminação pública e segurança. São muitas possibilidades de ganhos em tempo, eficiência, economia e qualidade de vida – tanto para moradores quanto para vizinhos das cidades inteligentes. Entre eles:
• fontes de energia renováveis e gestão inteligente de energia;
• soluções em mobilidade e circulação: transporte público, ciclovias e veículos compartilhados que diminuem o trânsito e a poluição;
• abordagens inteligentes para segurança e monitoramento;
• acesso facilitado a serviços públicos;
• áreas verdes e espaços de convivência, para bem-estar e inclusão social.
Há vários exemplos de como smart cities transformam a vida urbana – como Barcelona, onde o monitoramento da qualidade do ar e a gestão de resíduos melhoram a saúde pública e a performance em impactos ambientais, ou Singapura, que usa análise de dados para otimizar tráfego e segurança.
No Brasil: desafios e caminhos possíveis
A implementação de cidades inteligentes ainda está em estágio inicial no Brasil. Um dos principais desafios é o investimento elevado: desenvolver infraestrutura tecnológica e sustentável exige aportes significativos. Além disso, integrar diferentes sistemas e tecnologias pode ser complexo do ponto de vista burocrático, requisitando planejamento detalhado; soma-se a isso necessidade de um arcabouço regulatório que suporte a inovação e a proteção de dados.
No entanto, já é possível viver em bairros planejados, mais seguros, com acesso em até 15 minutos a comércio, serviços, escolas, hospitais... espaços urbanos com conectividade, acessibilidade, comodidades, consumo consciente de água e energia, junto da natureza. E um ponto importante considerando o nosso mercado – isso está cada vez mais ao alcance de milhares de brasileiros, em uma tendência positiva de democratização de uma experiência mais inteligente de morar com qualidade de vida.
A MRV, por exemplo, desenvolveu nos últimos anos o conceito de Smartcidade, na forma dos empreendimentos Cidade Sete Sóis, em várias cidades do país. Só na Cidade Sete Sóis Dunlop, em Campinas (interior de São Paulo) são mais de 5 mil moradias previstas – uma população de cerca de 15 mil pessoas que vai viver melhor, com 470 mil metros quadrados de muito verde, urbanismo, sustentabilidade e tecnologia avançada para segurança e mobilidade.
E importante: o público-alvo desse tipo de produto é de famílias de baixa e média renda, que podem, ainda, recorrer a programas de subsídios como o Minha Casa, Minha Vida. É transformação acessível, que acontece quando o cliente está no centro da estratégia do negócio.
Um cliente que vai viver com mais conforto, mais conveniência e junto de áreas verdes que contribuem para a preservação ambiental e definem espaços de convivência e lazer que abraçam tanto os moradores como a vizinhança.
Isso além de recursos para mobilidade e acessibilidade; da proximidade com serviços essenciais que facilita o dia a dia; e das áreas compartilhadas que incentivam a integração e evidenciam o valor da coletividade – elementos fundamentais para uma vida melhor nos grandes centros.
Por iniciativas assim, eu acredito que é possível, sim, desenvolver projetos habitacionais acessíveis e inovadores ao mesmo tempo, com muita qualidade. Essa é a visão da vanguarda da construção civil; mais ainda, é o caminho viável para superar obstáculos e desafios contemporâneos das áreas urbanas.
Afinal, o futuro da habitação no Brasil passa por soluções realmente transformadoras – que promovam impacto positivo para as cidades, para o planeta, e, principalmente, para as pessoas.
(*) Thiago Ely é Diretor Executivo Comercial e Marketing da MRV&CO