Eletrobras apresenta novas tecnologias em evento sobre barragens
Participantes do Damsweek 2023 conheceram o estudo feito para a UHE Batalha (GO/MG) e implementações inovadoras na UHE Tucuruí (PA)
A Damsweek, maior evento sobre barragens realizado no Brasil, contou com o patrocínio da Eletrobras em sua nova edição, realizada entre os dias 27 e 31 de agosto, em Foz do Iguaçu (PR). Além de um estande no encontro promovido pelo Comitê Brasileiro de Barragens, a Eletrobras apresentou, em uma das sessões plenárias, dois trabalhos. O primeiro refere-se às inovações tecnológicas de monitoramento na UHE Tucuruí, da Eletrobras Eletronorte, que inclui a técnica InSAR para aferir movimentações milimétricas das estruturas e do terreno, podendo verificar o passado das deformações. O InSAR emprega a técnica de interferometria em imagens obtidas por satélites. Outra inovação também em implementação é a utilização da sistemática de drones para inspeção visual associada ao processamento de imagens, com a incorporação do equipamento denominado Laser Scanner.
Já o outro tema apresentado pela Eletrobras foi um projeto-piloto que propõe a automatização da instrumentação de monitoramento das estruturas da Usina Hidrelétrica de Batalha, situada na divisa dos estados de Goiás e Minas Gerais, a qual é mantida e operada pela Eletrobras Furnas.
A parte conceitual do projeto começou a ser desenvolvida em abril deste ano. Em maio, técnicos da Divisão de Instrumentação e Suporte Tecnológico da Eletrobras Furnas, juntamente com o time da Pimenta de Ávila Consultoria, empresa contratada para a elaboração do projeto, realizaram, in loco, o levantamento de requisitos e os testes de comunicação (site survey) dos instrumentos a serem automatizados. Também coletaram informações para selecionar as alternativas de soluções tecnológicas para o sistema de aquisição e transmissão automática de dados.
De um total de 146 instrumentos, 94 serão automatizados. “É a primeira usina da Eletrobras a ter a grande maioria dos instrumentos de monitoramento automatizados. O processo vai promover maior precisão e aumento da produtividade pela execução das leituras em tempo real”, explica Carlos Antônio Reis da Silva, gerente da Eletrobras Furnas responsável pelo projeto.
A cerca de 100 quilômetros do centro de Cristalina (GO), a UHE Batalha é de difícil acesso. Sua operação é telecomandada pela UHE Itumbiara (GO/MG), também de propriedade da Eletrobras Furnas. “Com a automatização do monitoramento, teremos um ganho muito significativo em produtividade e em segurança. Uma campanha de medição feita in loco hoje requer, no mínimo, um trajeto de quatro horas, sendo cerca de 80km em estrada sem pavimentação, considerando ida e volta. O sistema automatizado possibilitará leituras dos instrumentos remotamente e em tempo real”, acrescenta Carlos Reis.
A conclusão do estudo está prevista para setembro e a implantação do projeto, com investimento de R$ 2,5 milhões, deverá iniciar até o fim do ano.
Vice-Presidente Executivo de Operações e Segurança da Eletrobras, Antônio Varejão destaca que a segurança de barragens é um tema tratado com extremo rigor, seriedade e responsabilidade na empresa. “Por isso, todos os processos de atualização e modernização que implantamos são precedidos de estudos aprofundados. A Damsweek é uma oportunidade para mostrar esses estudos ao mercado e, assim, estimular ainda mais a cultura de segurança no setor”.
Outros trabalhos que a Eletrobras levou para a Damsweek e que constarão dos anais do XXXIV Seminário Nacional de Grandes Barragens, um dos eventos que integram a semana, são: as Experiências e Lições Aprendidas na elaboração das Revisões Periódicas de Segurança de Barragem (RPS) das Usinas Hidrelétricas Tucuruí, Samuel, Curuá-Una e Coaracy Nunes, da Eletrobras Eletronorte; e a recuperação dos instrumentos de auscultação da Barragem Auxiliar de Piumhi, no reservatório da Usina Hidrelétrica de Furnas (MG).
O primeiro artigo relatará o aprendizado da companhia na gestão contratual e os principais resultados obtidos na RPS. A apresentação tem como finalidade provocar uma discussão técnica acerca da recente resolução normativa publicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que atualiza os critérios e ações de segurança de barragens fiscalizadas pela referida Agência.
Já o estudo feito na Barragem Auxiliar de Piumhi ocorreu após a identificação de perda de performance na instrumentação de monitoramento, sendo que os serviços de reinstrumentação, iniciados em abril, deverão ser concluídos em setembro. “Esse trabalho propõe uma metodologia padronizada de avaliação da operacionalidade de instrumentos de auscultação. Isso otimiza o processo”, explica Carlos Reis, da Eletrobras Furnas.