Por Luiz Eduardo de Carvalho*

Os projetos de geração de energia limpa têm crescido rapidamente no Brasil, entre elas a eólica. De acordo com a Abeeolica, o país tem mais de 1.500 GW de potencial em instalações onshore e offshore e ocupa o sexto lugar no Ranking Global de Capacidade Instalada em terra.

Para desenvolver um projeto de um parque eólico, as empresas de geração consideram diversos fatores na decisão, entre eles a capacidade de geração de energia, o ponto de interconexão na rede, o CAPEX (Capital Expenditure) envolvido e o OPEX (Operating Expenditure) esperado. Com uma perspectiva focada essencialmente na fase de OPEX, preferencialmente nos últimos dois anos de operação, o serviço de Final de Garantia (EOW) traz uma avaliação precisa do rendimento e da qualidade do aerogerador e seus subcomponentes, sendo um documento vital para a tomada de decisão.

Este serviço pode ser utilizado como um registro técnico, para eventuais correções e adequações durante a vigência da garantia ou ainda como um documento formal para reclamações quanto ao não atendimento de parâmetros contratuais.

É importante mencionar que alguns fabricantes de equipamentos oferecem uma vistoria EOW em seus equipamentos e turbinas como parte dos seus serviços, contudo esta atividade pode gerar conflitos de interesses, segundo é descrito na norma internacional ISO/IEC 17020. Portanto, a execução destes serviços, por uma entidade de terceira parte, antes do vencimento da garantia, é essencial para assegurar que o aerogerador seja gerenciado, mantido e que opere corretamente.

A vistoria EOW, ao longo da operação, também é uma ferramenta importante na gestão da qualidade, uma vez que minimiza o risco de possíveis correções em grande escala e de investimentos não esperados no ativo em questão.

Esse processo de verificação é importante para assegurar que os equipamentos estejam e se mantenham em pleno funcionamento. Com o aumento dos investimentos em projetos de energia eólica no país, a implementação da vistoria de final de garantia é um passo importante para impulsionar a viabilidade e a eficiência dessas instalações, fortalecendo o papel da energia limpa na matriz energética brasileira e na transição para um futuro mais sustentável.