Com o intuito de ampliar e qualificar suas instalações para melhor receber o público, o Instituto Moreira Salles realizará uma reforma em sua sede do Rio de Janeiro, que acontece em duas frentes: o restauro da casa modernista e a construção de um novo edifício substituindo o prédio que hoje abriga uma galeria e parte das reservas de acervos. Durante as obras, cuja previsão de duração é de cerca de quatro anos, o centro cultural permanecerá fechado ao público. Os trabalhos terão início em abril deste ano. É possível visitar o IMS Rio até 26 de março, data de encerramento da exposição do fotógrafo Miguel Rio Branco, atualmente em cartaz no centro cultural.
Projetada pelo arquiteto Olavo Redig de Campos em 1948 e inaugurada em 1951 como residência da família Moreira Salles, a casa que é sede do IMS Rio está situada no alto da Gávea, em um terreno de aproximadamente 10 mil metros quadrados, em meio à mata da floresta da Tijuca. Em 1999, passou por adaptações para se transformar em centro cultural. Tanto a casa como seus jardins, projetados pelo paisagista Roberto Burle Marx, são tombados pelo Patrimônio Histórico Municipal do Rio de Janeiro.
O projeto de restauro da casa passará pela aprovação dos órgãos competentes e seguirá todas as normas que regem a preservação de patrimônio histórico. Segundo o diretor-geral do IMS, Marcelo Araújo, “todas as intervenções previstas para a residência serão de restauro, com o intuito de garantir que a casa continue sendo visitada como uma referência da melhor qualidade da arquitetura residencial moderna brasileira”.
O prédio que hoje abriga parte das reservas técnicas de acervos e uma sala expositiva será demolido para a construção de um novo edifício, projetado de acordo com parâmetros de acessibilidade e sustentabilidade. O novo edifício terá duas salas de exposição, com aproximadamente 300 m² cada uma, um auditório para sessões de cinema e eventos, com cerca de 120 lugares e sistema acústico de ponta, um novo espaço para restaurante e áreas para guarda e processamento de acervos.
O projeto é do escritório Bernardes Arquitetura. O arquiteto Francisco Abreu, sócio diretor do escritório, comenta o trabalho: “O projeto prevê uma requalificação total da sede da Gávea, criando uma nova galeria de padrão internacional ao mesmo tempo que resgata o projeto original da casa. O novo edifício servirá de articulador do conjunto, abrigando as galerias, auditório, restaurante, acervo, além de funcionar como acesso principal do público. Dessa forma, a casa passa a ser uma parte da visitação como acervo permanente da história do IMS.”
Enquanto as obras acontecem, os acervos e a administração do IMS Rio ficarão sediados na rua do Russel, no bairro da Glória, onde as equipes que cuidam dos acervos continuarão trabalhando e atendendo apenas pesquisadores que desejem consultar documentos e imagens. A previsão é que o atendimento, atualmente suspenso para a transferência das reservas, retorne no segundo trimestre de 2023.