Aditivos químicos para concreto e obras mais sustentáveis
Por Ana Paula Andrade*
A construção civil é uma grande consumidora de insumos e uma grande geradora de resíduos. Por isso, não é à toa que o conceito de sustentabilidade venha sendo tão amplamente discutido nos processos construtivos. Aplicada à produção de concreto, que é o segundo material mais consumido pela humanidade, a sustentabilidade conta com a ajuda dos aditivos químicos para racionalizar a utilização dos insumos e viabilizar o uso de materiais alternativos.
O novo Manual de Aditivos para Concreto apresenta os requisitos de desempenho dos aditivos definidos pela norma do setor, a ABNT NBR 11768-1:2019. A avaliação desses parâmetros permite compreender como os aditivos podem tornar o concreto mais sustentável. Nesse sentido, destacam-se os redutores de água dos tipos 1 e 2, pois estes precisam reduzir, respectivamente, um percentual mínimo de 8 e 15% de água, que é uma substância fundamental para a vida humana.
Esses aditivos também têm a função de promover a melhora no desempenho mecânico do concreto. Dessa forma, pode ocorrer uma redução da quantidade de cimento consumida no traço de concreto. É fato que o processo produtivo do cimento emite uma quantidade significativa de CO2. Logo, a redução do consumo de cimento diminui, indiretamente, a pegada de carbono do concreto.
O uso de insumos de fontes naturais, como a areia de rio ou de cava submersa, é outro ponto delicado na fabricação do concreto, pois a exploração excessiva desses recursos interfere negativamente no meio ambiente. Nesse caso, existem opções de agregados alternativos, como a areia artificial, que tem o seu uso viabilizado pela ação de aditivos especiais para essa finalidade.
Por fim, é importante salientar que a soma dos benefícios proporcionados pelo uso dos aditivos contribui para a durabilidade do concreto. Desse modo, insumos e recursos financeiros são gastos de forma mais sustentável na construção de estruturas de concreto, que podem ser usufruídas tanto pela sociedade no presente quanto pelas gerações futuras.
(*) Ana Paula Andrade, membro da Câmara de Aditivos do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI) e gerente de pesquisa e desenvolvimento na Aditibras