Pandemia transforma superfície sólida em tendência de material nos hospitais
Isenta de poros, combinação entre resina plástica e cargas minerais impede que micro-organismos se proliferem
A pandemia de Covid-19 impactou de tal forma a existência humana que é difícil encontrar uma atividade que não tenha sido afetada. Materiais que evitam a proliferação de bactérias e fungos, por exemplo, passaram a ser vistos como alternativas interessantes para a fabricação de mobiliários, cubas, pisos e estações de trabalho. Em hospitais, então, tornaram-se praticamente obrigatórios. Sob esse pano de fundo, a superfície sólida (solid surface), nome da combinação entre resinas plásticas e cargas minerais, desponta como uma opção promissora, mas alguns cuidados devem ser observados.
Isenta de poros, a superfície sólida não permite o crescimento de colônias de micro-organismos. Essa característica também auxilia na hora da limpeza e na resistência superior a manchas. Por essas razões, associadas ao maior conforto térmico, mesmo sob temperaturas extremas, e elevada resistência mecânica – equivalente à da pedra natural –, a superfície sólida tem ganhado cada vez mais espaço nos projetos arquitetônicos de hospitais, clínicas e consultórios.
“Outra característica muito apreciada pelos arquitetos é o fato de que esse material viabiliza qualquer tipo de design com emendas imperceptíveis”, salienta Karen Braescher, diretora da Lure Surface, empresa paulista especializada na fabricação de superfície sólida.
Desde 2018, quando deu início à fabricação de superfície sólida, o setor de saúde responde por fatias importantes do faturamento da Lure Surface, lembra Karen. “Até que, no ano passado, registramos um salto considerável nas vendas, muito em função dessa busca pela maior funcionalidade dos materiais”. Grandes projetos, como os hospitais da Prevent Senior, GRAAC, AACD, Samaritano, Sírio Libanês, Rede D’Or e Albert Einstein, entre outros, adotaram recentemente a superfície sólida da Lure Surface.
Breezes instalados na Universidade Einstein
“No momento, estamos concluindo o fornecimento de breezes para a nova unidade da Universidade Einstein, em São Paulo”. Ao todo, 200 toneladas de superfície sólida foram transformadas em breezes, nome dos componentes arquitetônicos que ajudam a regular a temperatura dos ambientes e, com isso, reduzem as despesas com ar-condicionado.
Qualidade questionada
Consolidada nos EUA e Europa e em franca expansão no Brasil, a superfície sólida ainda levanta alguns questionamentos por aqui, sobretudo em relação à qualidade das matérias-primas e do processo de fabricação utilizados. Resinas e cargas minerais inadequadas, ao lado de sistemas produtivos sem controle de pressão, resultam em peças porosas. Ou seja, eliminam uma das maiores vantagens da superfície sólida.
“Peças feitas com matérias-primas de baixa qualidade e em processos manuais, sem vácuo ou pós-cura, não atendem às normas técnicas, como a ANSI 124.6. Ou seja, podem à primeira vista até parecer superfície sólida, mas não são. Se persistir essa prática no mercado brasileiro, o material acabará ‘queimado’ por aqui”, alerta Karen.
Para evitar que isso aconteça, a diretora da Lure Surface recomenda que os interessados em adquirir superfície sólida sempre exijam os laudos técnicos dos fornecedores. “No nosso caso, contamos com a aprovação em testes realizados pelo IPT, além de farta documentação que comprova o uso de matérias-primas específicas. Também dispomos de equipamento próprio para fabricação de superfície sólida, garantindo assim todas as características técnicas do material”, conclui.