MRS Logística aguarda renovação da concessão em Santos (SP) para aumentar investimentos
Empresa tem planos para a baixada santista e na região do planalto paulista
Empresa tem planos para a baixada santista e na região do planalto paulista
O Comitê dos Usuários dos Portos e Aeroportos (Comus) da
Associação Comercial de São Paulo (ACSP) reuniu especialistas na última terça-feira (29/08) para debater sobre os acessos ferroviários ao Porto de Santos. O aspecto mais discutido foi a renovação da concessão ferroviária da MRS Logística. “Esperamos, em breve, encaminhar todo nosso processo para o Tribunal de Contas da União e, se tudo correr bem, faremos nossas audiências públicas em outubro ou novembro para, quem sabe, assinar esse contrato no fim do ano ou começo do ano que vem”, afirmou Gustavo Bambini, diretor de relações institucionais da empresa.
De acordo com o executivo, haverá uma série de investimentos gradativos, com ênfase nos cinco a dez primeiros anos da repactuação do contrato, ou seja, a partir de 2018 ― se tudo ocorrer conforme o esperado pela empresa. Os maiores investimentos serão na construção de vias. A MRS é detentora hoje da concessão da chamada Ferradura de Santos, responsável pelas chegadas ao porto, tanto pela margem esquerda quanto pela direita. No começo da concessão, em 1996, a MRS carregava 45 milhões de toneladas úteis. Em 2016, o volume foi de 169 milhões em toda sua malha, sendo que 33,6 milhões são referentes apenas ao movimento na Baixada Santista.
Além dos investimentos feitos desde os anos 1990 ― como a adoção do CBTC (Sistema de Gestão de Tráfego), o início do trecho de cremalheira e a segregação leste, próxima ao Ferroanel ―, o diretor da MRS ressaltou o baixo passivo junto ao Departamento Nacional de Infraestutura de Transportes (DNIT) e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) como fator de contribuição para que o governo renove a concessão.
O grande negócio da MRS hoje é o Carrossel do Minério, no trecho Minas-Rio de sua malha. Porém, visto o esgotamento na capacidade das minas da região, a concessionária quer, com a renovação antecipada da concessão, ser cada vez menos uma operadora de minério e cada vez mais uma operadora logística, avançando no mercado de grãos, contêineres e celulose. No caso dos contêineres, apenas 2% do movimento do Porto de Santos é feito via ferrovias.
“O fluxo de cargas em Santos tende a crescer a uma taxa maior do que os acréscimos que seremos capazes de oferecer ao sistema por meio de investimentos, seja em rodovias ou em ferrovias”, alerta José Cândido de Almeida Senna, coordenador do Comus/ACSP.
Além dos investimentos na Baixada Santista, o plano de renovação da MRS, revelou Bambini, prevê o aumento da capacidade de terminais e a expansão da malha na região do planalto paulista. “Estamos agora avançando, além do Trem Intercidades, com o terminal de Jundiaí. A ideia, evidentemente, é criar outros terminais logísticos ao longo da malha”. De forma mais ampla, a empresa quer aumentar sua competitividade com o modal rodoviário.
A MRS tem 13 grandes projetos em andamento ou planejamento, incluindo a construção de duas novas linhas em Santos, a segunda fase da ampliação de uma linha no Valongo e a substituição da Ponte do Casqueiro.
“Somos totalmente favoráveis ao movimento de repactuações das concessões. Entre a MRS e as demais concessionárias, serão investidos R$ 30 bilhões nos próximos cinco anos, incluindo via permanente e a aquisição de material rodante”, disse Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer). De acordo com números da Abifer, embora o setor tenha uma capacidade instalada para produzir 12 mil vagões de cargas anualmente, em 2016 foram fabricados apenas 3.903, o que revela a necessidade de investimentos.
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